CALDA BORDALESA
01/08/2015 16:39
Características e histórico
É das formulações mais antigas utilizadas na agricultura. Foi descoberta há mais de 100 anos, na França, na região de Bordeaux, que empresta seu nome à calda. É um tradicional fungicida agrícola, obtido na mistura de sulfato de cobre, cal virgem e água. Tem eficiência comprovada sobre diversas doenças fúngicas e alguma ação contra bactériaS.
Recomendação de uso
A concentração da calda para aplicação difere entre espécies, condições climáticas, grau de infestação e da fase de crescimento da planta. Utilizar dosagens menores nas fases iniciais e em plantas mais sensíveis. Testar em poucas plantas e depois fazer o tratamento ideal para o local. As espécies como batata, tomate, berinjela, pimentão, fumo e outras solanáceas aceitam bem a concentração de 0,8 a 1%, porém com dosagens menores na fase inicial. No caso de tratamento de inverno de frutíferas que derrubam as folhas, pode-se utilizar a dosagem de 2%. As plantas da família das cucurbitáceas ( pepino, chuchu, moranga, abóbora, melancia), são muito sensíveis ao cobre, recomendam-se concentrações menores que 0,15% ou não usar. Mesmo em culturas que suportam bem o cobre, não se deve abusar, pois o mesmo tem ação fitotóxica causando diminuição do crescimento. Cuidado com aplicações muito frequentes.
Ingredientes e Preparo
Ingredientes
200 gramas de sulfato de cobre, 200 gramas de cal virgem e 20 litros de água.
Modo de preparo: Primeiro se dissolve o sulfato em água morna ou quente. Em outro recipiente, se ‘’queima’’ a cal virgem com um pouco de água. Depois misturar na cal mais 5 litros de água, obtendo o leite de cal. Derramar o sulfato sobre a cal e nunca ao contrário. Depois de misturadas as duas porções deve-se medir o pH, o ideal é que esteja em torno de 7,0. Para preparar a calda bordalesa dever ser empregado sempre tanque ou vasilhame de plástico, cimento ou madeira. Não utilizar tambores de ferro, latão ou alumínio, pois estes reagem com o sulfato de cobre. Sempre coar o leite da cal para evitar o entupimento dos bicos do pulverizador.
Atenção: esta receita resultará em uma calda com concentração de 1%!
É necessário ressaltar que no caso da cal ser adicionada, e o pH ainda não atingir 7,0 deve-se colocar gradualmente mais cal, até atingir o pH neutro (7,0).
Aplicação
A aplicação é muito importante para um bom tratamento, assim como a concentração e qualidade dos ingredientes. A aplicação deve ser feita com umidade mínima de 55% e temperatura até 30° C. Aplicações com temperaturas acima de 30° C favorecem a evaporação da calda, elevando as concentrações de sais sobre as folhas e podendo causar queimaduras. Deve-se tomar cuidado quando é feita a aplicação da calda em estufas, devendo sempre ser reduzida a concentração em relação ao campo aberto. Não é recomendado se armazenar a calda pronta, deve-se aplicar no dia em que foi feita. Cuidado, sempre, na concentração da calda a ser aplicada!
Fonte: Adaptado da Coleção SENAR – Paraná. Trabalhador na Agricultura Orgânica – Informações Básicas.